sábado, 29 de setembro de 2012

Ampulheta.


 Hoje senti tanta falta da minha avó...
O cheiro inconfundível do feijão batido no liquidificador
e refogado no alho,
o cachorro Bob que sempre estava lá, cada vez um cachorro diferente,
mas sempre com o mesmo nome de Bob.
A ampulheta colorida em forma de quadro capaz de me manter ocupada por horas...
A coleção de caixas de fósforos, o violão, e os bonés com cheiro de cabelo sujo
do meu tio solteirão que morava com minha avó.
Vó deveria ser eterna!!
O que seria da minha infancia sem ela?
Sem o piano de brinquedo que ela me deu,
sem a sacola de listras coloridas que ela sempre carregava...
Como ela conseguia jamais perder o guarda-chuva?
Eu só dormia junto com ela na cama,
e ela colocava um cartão musical pra tocar
sempre que eu me deitava.
A voz, o cheirinho dela, que saudade!!
A tv sempre ligada no Silvio Santos e na Hebe Camargo...
E hoje ao saber que a Hebe morreu,
eu senti que a cada dia, eu perco mais e mais
as coisas que me lembravam minha avó.
Deus não me deixe, perder as recordações
da minha infancia!
Eu não entendo e não aceito a morte!

  (Nanda Assis)

6 comentários:

Ingrid disse...

as vezes também lembro muito da minha..
beijos e uma linda semana..

Vivian disse...

...vc me fez emocionar!!

que lindaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!

sua vó deveria ter muito
orgulho dessa neta poeta!

bjbjbjbjbjbjbj

Majoli disse...

Nossa Nanda, chorei agora...emocionante demais suas palavras, e te confesso, não entendo e não aceito a morte também.
:(

Um beijo carinhoso pra tu.

João Esteves disse...

Seu momento de lembranças de infância foi trazido pela notícia de morte duma celebridade televisiva, não é, Nanda? E que ternura você pôs em cada objeto e cada fato lembrado, um verdadeiro reviver. Emocionante. Beijos

PAULO TAMBURRO. disse...

somos dois,

E nem quero saber que não sei nada sobre a morte, mantendo até afastada essa possibilidade de aprofundmento pedagógico sobre a matéria.

No entanto, ao acabar de ler seu texto, tive a sensação que tudo que nele contém está asolutamente, vivo!

Principlmente, sua avó.

Um abração carioca.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.