Qntas vezes precisei acender um cigarro.
Eu lutei contra isso.
Todos os dias eu luto.
Andando pela casa afoita.
Nenhum lugar por aqui me conforta.
Eu viro a noite inteira por todos os lados da cama.
Eu bebo café, refri e vodka.
Eu tenho um isqueiro verde limão.
Ele brilha no escuro mesmo apagado.
Acendo e apago.
Olho o fogo, e as vezes sopro.
Eu não tenho um cigarro.
Eu sinto falta da dor da tragada,
da tontura engraçada,
e logo em seguida da calma.
A ansiedade me faz olhar na janela minuto a minuto.
Ninguém vai chegar.
Revezo a janela com a geladeira.
Não existe nada que eu queira.
Qndo eu fumava, os problemas
eram queimados, lentamente
e sugados para dentro, resolvidos,
e soprados para fora.
Hoje eles estão acumulados
por todas as minhas partes.
Eu preciso consumi-los, antes do contrário.
Eu não tenho mais um cigarro
e lá se vão seis anos sem fumaça,
seis anos de solidão.
Alguns vicios são controlados,
mas nunca vencidos.
Eu tenho asma crônica.
Eu trago essa vontade,
mas protejo o pulmão.
(Nanda Assis)
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