domingo, 6 de novembro de 2016

Janela

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Eu não sei mais o que dizer a você,
pois todas as palavras já foram ditas,
já me expressei de todas as formas,
das piores formas,
e nada, absolutamente nada fez com que você voltasse.
Palavras não mais adiantam para nós.
Nem mais existem nós,
nem laços, nem amarras, nem algemas.
Sim, as algemas foram enferrujando com o tempo,
e a chave foi perdida em uma gaveta qualquer.
A única coisa que passa em minha cabeça é o tempo,
perdido estamos, sem tempo para a vida.
A vida já se tornou mecânica,
e nossos sorrisos limitados pelos problemas
que não estamos passando juntos.
Cada um com os seus sonhos.
Não sei mais a cor dos seus olhos,
a cor da sua áurea.
Está tudo desbotado em nós.
Ainda guardo uma lembrança sua,
mas nem me lembro de olhar.
Seu olhar não brilha mais como antes.
Meu brilho está guardado em um dos sete bolsos
daquela sua calça que vira bermuda e ainda
dá pra usar do outro lado.
tres calças em uma.
Assim é você, tres homens em um.
O romantico, o louco e o cafajeste.
O romântico ainda pensa em mim,
o louco me deixou partir
e o cafajeste é o que espero todas as noites
com a janela aberta.
Já olhou a lua hoje?

(Nanda Assis)

Um comentário:

Lucia disse...

Belíssima poesia. Já eu, não espero ninguém.