quinta-feira, 9 de julho de 2020

Saudade crônica




Eu tenho uma saudade indecifrável.
Parece um filme,
parece um novo lugar,
parece algo antigo,
só que não consigo saber o que é.
Uma saudade que vem na madrugada
que vem na música dos anos 80,
que vem não sei de onde.
Que saudade é essa que me encoraja a querer ser o que não sei.
Que me faz querer fazer o que nunca fiz.
Saudade é uma doença crônica,
Que corroi a alma.
Não é vazio, é excesso.
Não é sensação, é dor real.
Saudade é pedir perdão até pelo q nao fez
É se redimir, se diminuir, se quebrar
Pra tentar caber de novo.
É não se ter mais lugar.
É perdoar tudo mas nunca se perdoar.
Sentir que o mundo é grande
Mas estar ilhado.
É saber nadar e morrer afogado.
Eu tenho uma saudade indecifrável,
Que me leva pro abismo,
E ao mesmo tempo me salva.
Essa saudade me faz querer
Abraçar o mundo
E  ver que não tenho braços longo.
Me faz voar, sem tirar meus pés do chão.
Essa saudade tem o sobrenome solidão

(Nanda Assis)

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